sábado, 8 de novembro de 2008

Brasil, Chile e Bolívia impulsionam corredor interoceânico

Segunda, 17 de dezembro de 2007, 00h52


Os Governos de Brasil, Chile e Bolívia se comprometeram neste domingo a impulsionar a construção do corredor entre os oceanos Atlântico e Pacífico para poder terminá-lo no primeiro semestre de 2009, e fortalecer, com isso, a integração de toda a América do Sul.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus colegas do Chile, Michelle Bachelet, e Bolívia, Evo Morales, assinaram em La Paz uma declaração na qual reafirmam seu compromisso com a "integração regional", especialmente em matéria de infra-estrutura, e insistem em que a unidade da América do Sul requer "vontade política e esforço".

Por isso, os governantes concordaram em adotar as medidas necessárias para que esse corredor interoceânico que atravessa os três países esteja concluído no primeiro semestre de 2009.

Além disso, anunciaram que estarão presentes no ato de inauguração da estrada, que acontecerá na cidade na boliviana de Puerto Suárez, na fronteira com o Brasil.

"É um projeto de grande importância para integrar a América do Sul", afirmou Bachelet durante o ato realizado esta noite no Palácio do Governo de La Paz.

"Não se trata apenas de construir uma estrada, é muito mais que isso", precisou a governante chilena, ao insistir em que o futuro corredor, de 5.900 quilômetros, potencializará o turismo e o comércio na região, entre outros aspectos.

Além disso, Bachelet sustentou que a nova conexão interoceânica vai "facilitar de maneira extraordinária a integração e o diálogo" da América do Sul com a região da Ásia-Pacífico, que em sua opinião é a "mais vigorosa e dinâmica da economia".

Lula também destacou que o corredor é uma "peça-chave" para o futuro da América do Sul e apontou que a região só ocupará "o lugar que merece se estiver forte, unida e integrada".

O presidente afirmou ainda que a América do Sul já é para o Brasil "um parceiro comercial maior que os Estados Unidos".

Lula e Morales coincidiram ao afirmar que a estrada interoceânica contribuirá para o desenvolvimento de povoados "remotos" dos dois países.

O presidente boliviano lembrou também que, dos três países, a Bolívia é o que mais tem trechos ainda em construção e outros muitos sem pavimentar.

Segundo um relatório divulgado durante a cerimônia, o Brasil investirá quase US$ 133 milhões na conclusão dos trechos que passam pelo país, enquanto o Chile vai desembolsar mais de US$ 93 milhões.

O investimento previsto na Bolívia alcança os US$ 752 milhões, sendo que US$ 380 ainda não têm fontes de financiamento.

Morales detalhou que as obras que estão sendo executadas atualmente em seu país são financiadas, entre outros, pela União Européia, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Corporação Andina de Fomento (CAF).

O corredor partirá do porto de Santos, atravessará a Bolívia e terminará no porto chileno de Arica, com conexão a outros da mesma região, como Iquique.

Uma vez concluído em 2009, permitirá transportar mais de dois milhões de toneladas de carga por ano e ligará o Atlântico e o Pacífico.

Durante o ato no Palácio do Governo, Morales teve de interromper seu discurso em função de um desmaio do ministro da Justiça, Tarso Genro, que estava sentado na primeira fila da platéia.

Cléber Araújo, médico do presidente Lula, confirmou à imprensa que o desmaio aconteceu devido a uma "queda de pressão", possivelmente potenciada pela altura de La Paz, que se encontra a mais de 3.600 metros acima do nível do mar.

Segundo o médico, o ministro está tranqüilo e retornou normalmente ao hotel onde está hospedado.

Bachelet retornará a seu país nesta mesma noite, após participar do jantar de honra oferecido pelo presidente Morales.

Já Lula permanecerá em La Paz até amanhã, quando assinará com Morales vários convênios para reforçar e ampliar a cooperação energética bilateral.

EFE

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